Venho percebendo o fim da minha resistência para assistir jogos de futebol e acho que deve acontecer com outras pessoas também.
Os jogos já perderam a audiência ao vivo, lá no estádio, ocasionado a redução do faturamento na bilheteria e a impossibilidade de realizar ações comerciais ou promocionais a fim de otimizar resultados financeiros e gerar novas fonte, deixando o evento com uma cara inexpressiva sem aquela atmosfera competitiva. Pouco se houve os gritos das torcidas.
Agora, perdem a audiência televisiva... Ok, as emissoras se defenderão alegando que atingiram tantos pontos naquele horário e estarão corretas em sua análises. Mas será que o espectador está do outro lado da tela?
Luto para permanecer acordado. Antes do jogo, sento a frente da TV ansioso pelo início da partida e, mesmo antes de terminar o primeiro tempo, Morfeu me cutuca várias vezes.
O segundo tempo começa, termina, vem os comentários e lá para duas da manhã, desperto amarrotado e com torcicolo, indo para cama tropeçando.
Do mesmo jeito que acontece comigo, deve acontecer com tantos outros que não agüentam mais a realização dos jogos tão tarde da noite. A televisão está ligada, mas a audiência não.
Mais uma vez, vou bater na mesma tecla, falar sobre o mesmo assunto, gritar para que alguém escute e mude o paradigma atual.
As entidades esportivas, sejam administrativas, sejam de prática, devem possuir uma robusta área comercial capaz de ir a mesa de negociações com emissoras, patrocinadores, agências e demais atores; e trabalhar arduamente pelo melhor resultado possível, não permitindo abusos e excessos contratuais da contra-parte.
Esporte de alto-nível é entretenimento, provido de conteúdo emocional suficiente para mobilizar multidões. Emissoras, patrocinadores, agências sabem disto. O mercado cultural também, tanto que o Cirque de Soleil revolucionou o circo ao criar uma atmosfera emotiva associada a performance dos seus atletas-artistas.
Quem vai dar o primeiro passo? Quem vai ser a ponta da lança? Inovar nos coloca a frente. Quando os demais perceberem, já estaremos surfando a onda, beneficiando-nos dos resultados.
Os produtores de café estão perdendo uma grande oportunidade.