13 de ago. de 2012

De Barcelona ao Rio

Em 1992, os EUA tiveram um excelente desempenho como de costume para, logo em seguida, em Atlanta aumentarem significativamente o número de medalhas.

Já em 2004, foi a vez da China, aumentando seu número de medalhas para atingir o topo na própria casa em 2008.

Nesta mesma edição, O Reino Unido já fazia seu dever de casa aumentando a participação de seus atletas em finais o que acabou por gerar a terceira colocação no ranking de medalhas em Londres 2012, somente atrás das grandes potências esportivas, EUA e China.

E o Brasil? Melhorou? Sim, e se formos relativizar, obteve um aumento de 50% em medalhas de ouro, 25% em medalhas de prata e 12,5% em medalhas de bronze. No total foram 3 medalhas a mais em relação a última edição perfazendo um ganho de aproximadamente 20%. Um desempenho, em números, muito bom.

O problema não está no fim. O COB, diga-se de passagem não fez mais que sua obrigação, disponibilizou toda a estrutura necessária ao atendimento dos atletas e equipes olímpicas, tendo, inclusive, colocado a disposição uma equipe multidisciplinar de profissionais para demandas necessárias a sua preparação neste ciclo olímpico, inaugurando junto com a prefeitura do Rio de Janeiro, seu primeiro centro de treinamento.

O mais grave problema está na ausência de políticas públicas de incentivo ao esporte que permitam estabelecer quem são seus atores e suas respectivas responsabilidades, bem como inserir a Educação Física como disciplina obrigatória no currículo do ensino infantil, fundamental, médio e universitário.

O principal e mais importante agente neste cenário, o professor de Educação Física, tem sido desprivilegiado, sem o devido reconhecimento e importância.

Mas isto não é o mais importante para um país que destina 7% do seu PIB para investir em Educação.

6 de ago. de 2012

O ouro, a prata, o bronze e o nada

A diferença entre o ouro, a prata, o bronze e o nada, não existe de tão próxima.

Ciclos olímpicos com quatro, oito, doze anos de dedicação ao alto-rendimento, por um centésimo, um segundo, um passo mal dado, esgotam-se no nada.

Nada este que difere daquele de quem não acredita poder realizar, de quem não dá o seu máximo para conseguir o seu melhor, mesmo em que nada redunda.

O mérito daqueles que sobem os degraus, que recebem os louros, que triunfam entre tantos de seus pares é justo e adequado, mas o esforço, a dor e privação de tantos outros também.

O esporte consegue promover valores morais e éticos vigorosos esquecidos no tempo por boa parte da população mundial, tornando-nos egoístas a ponto de não enxergarmos o meio a nossa volta.

Enalteçam-se os heróis, os mitos, as lendas olímpicas da atualidade, mas também sejam enaltecidos aqueles que ousaram estar ali, perseguindo seus sonhos mesmo não conseguindo subir os nobres degraus, pois eles nunca terão o nada, eles terão tudo.

4 de ago. de 2012

Olímpo


A maior graça em se tornar um campeão olímpico nos Jogos Antigos era usar a coroa de ramos e ser referenciado por todos até os Jogos seguintes.
London 2012 Official Facebook Page

Na modernidade, o velho barão tentou a todo custo, investindo parte de sua fortuna, manter um ideal maior quase ufanista.

No hoje contemporâneo, esbarramos com a sofridão alheia daqueles que desejavam ir mais, querer mais.

Esbarramos na ciência de heróis reconhecendo o valor e a honra dos louros, transformando o jogo numa saga.

Encontramos num encabulado atleta, o herói se tornando o mito e o mito em lenda, que quando batido, provavelmente, não estaremos mais por aqui.

Mas, também esbarramos naqueles que não se deixam tocar por valores tão altruístas e abrem mão da disputa, da realização, sabe-se lá por quê.

2 de ago. de 2012

O esporte desculpa-se


É um erro imaginar que só pelo fato de provermos uma estrutura eficiente em Londres, nossos atletas chegariam ao pódio. Para o COB, fornecer tamanha estrutura é uma obrigação.

Nosso maior problema está no Sistema Nacional do Desporto.

Está na falta de uma política nacional específica, estabelecendo responsabilidades e diretrizes sobre fomento, iniciação, desenvolvimento e aprimoramento das diversas modalidades esportivas sob aspectos sociais, acadêmicos, econômicos e de al
ta performance.

Só assim, um dia teremos todos os nossos talentosos atletas nos pódios olímpicos somando um número ímpar de medalhas.

Independente do quão distante eles tenham ido neste ciclo olímpico, devemos parabenizar todos nossos atletas pelas privações, pelos esforços, pelas dores, pelo prazer, pois, cada um deles, são merecedores de muito mais do que obtiveram.