4 de jun. de 2012

Garoto carente

O talentoso garoto bom de bola carecia da presença paterna substituída pelo frustrado irmão que realizou seu desejo na carreira do primeiro.

Menino mimado pelas mulheres da família, diga-se mãe e irmã, que não permitiram o crescer amadurecido, permanecendo sempre verde para vida.

O brilho de suas jogadas em campo levou-o a topo do mundo duas vezes e aí, no auge, quando deveria tomar rédeas sobre sua existência, pereceu.

Forçado pelo mimo e pela frustração daqueles que carregava nas costas, não porque não o desejasse, sucumbiu a pressão interna.

Quando esperava suporte, não teve. Quando esperava orientação, equívoco.

Isto nos faz lembrar a origem da maioria dos jogadores de futebol e atletas em geral. Humildes e pobres, pais jogam a responsabilidade da família na necessidade do sucesso do filho, sua fama e dinheiro, invertendo a lógica, passando o filho a sustentá-los.

Algumas destas, mesmo possuindo pouco ou quase nada, mantém fortes valores morais e éticos, gerando filhos conscientes e capazes de agirem sozinhos, reconhecedores de seus esforços para que atinjam algo melhor do que seus pais conseguiram.

Outras, simplesmente, esquecem de educá-lo para o mundo e ao menor traço de sucesso, agarram-se em suas pernas e braços como bóia de salvação em meio a um oceano revolto.

A verdade é que pouco de nossos grandes atletas são preparados para o sucesso atingido, menor ainda é a quantidade de familiares que entendem que tal sucesso, apesar de próximo, lhe é alheio, portanto, não sendo seu.