14 de mai. de 2012

Estaduais

Em estudo realizado sobre o faturamento dos clubes de futebol durante os estaduais em quatorze estados na temporada 2011 realizado pela Brunoro Sports Business foram levados em consideração três aspectos geradores de receita: bilheteria, direitos televisivos e patrocínio.

Os dados analisados totalizaram R$ 372 milhões, dos quais 200 milhões foram gerados no eixo Rio-São Paulo, representando 54% do total.

Isolados, cariocas movimentaram 76,5 milhões e paulistas geraram 124 milhões. Já no Distrito Federal houve uma média de 170 mil por clube sem nenhuma receita da TV.

Um ponto em comum é o desinteresse pela compra de ingressos, onde a bilheteria responde por apenas 17% da receitas. No Rio 9%, em São Paulo 15%, mas é na contra-mão desta tendência que em Pernambuco, a venda de ingressos responde por 49% do valor total das fontes de receitas.

O estudo realça em números algo já esperado. A melhor gestão de estaduais cabe a Federação Paulista, não só por pagar melhor, mas por ter entre seus filiados uma quantidade significativa de clubes estruturados capazes de tornar a competição mais equilibrada.

Por sua vez é em Pernambuco onde a rivalidade clubística é capaz de levar um maior número de torcedores aos jogos. Chega a ser impressionante a performance do Santa Cruz, que mesmo durante sua campanha na Série D, lotava o Arruda tornando-se o clube com maior ocupação de lugares naquele ano em todas as séries do Brasileiro.

Tal evasão das torcidas no estádios decarreta, não só uma perda de receitas com a venda de ingressos mas de todas oportunidades oriundas de ações comerciais e promocionais pré, durante e pós-jogos.

A falta de conforto e acesso as arenas esportivas poderiam ser sua maior razão, mas não a única. A má negociação dos direitos televisivos entrega as emissoras o direito de escolher os horários dos jogos que, deliberadamente, são adequados as suas grades sem levar em conta a baixa audiência no estádio, tornando a ambientação da transmissão menos competitiva.

Cabe o devido aparelhamento de recursos e pessoal no departamento de marketing nos clubes de futebol, quebrando paradigmas, aumentando seu campo de visão enxergando-se como parte do mercado do entretenimento e aproveitando o alto componente emocional na relação com seu cliente: o torcedor.